Hiroshima e Nagasaki: 80 anos dos ataques nucleares que marcaram a história
Em agosto de 2025, completam-se 80 anos dos bombardeios atômicos às cidades japonesas de Hiroshima (06/08/1945) e Nagasaki (09/08/1945), episódios que marcaram profundamente o século XX e colocaram em evidência os horrores da guerra e da capacidade humana de destruição em massa.
Contexto histórico
Os ataques ocorreram nos últimos momentos da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). O Japão, integrante do Eixo, resistia em se render aos Aliados, mesmo após a derrota da Alemanha nazista em maio de 1945. Para forçar uma rendição rápida e evitar uma invasão terrestre ao Japão — que custaria muitas vidas — os Estados Unidos decidiram lançar bombas atômicas sobre alvos civis, algo inédito até então.
As bombas e seus efeitos
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Hiroshima foi atacada em 6 de agosto de 1945 com a bomba chamada Little Boy. Estima-se que cerca de 140 mil pessoas morreram até o fim daquele ano, seja pelo impacto imediato, seja pelas consequências da radiação.
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Nagasaki foi atingida em 9 de agosto, com a bomba Fat Man. Cerca de 70 mil pessoas morreram nos meses seguintes.
Além das mortes instantâneas, os sobreviventes, conhecidos como hibakusha enfrentaram sequelas físicas e psicológicas duradouras, como cânceres, malformações genéticas e estigmatização social.
Impacto global
Os ataques resultaram na rendição formal do Japão em 15 de agosto de 1945, encerrando a Segunda Guerra Mundial. No entanto, também deram início a uma nova era: a Era Nuclear, marcada pela corrida armamentista e pelo medo constante de destruição total durante a Guerra Fria.
Ao longo das décadas, intelectuais, artistas, cientistas e ativistas denunciaram os bombardeios como crimes contra a humanidade e questionaram os limites éticos da guerra. O debate permanece vivo: foram ações necessárias para encerrar o conflito ou demonstrações de poder desproporcionais contra civis?
80 anos depois
Em 2025, as cidades de Hiroshima e Nagasaki são símbolos mundiais da paz e da resistência à guerra nuclear. Museus, memoriais e cerimônias anuais mantêm viva a memória das vítimas e reforçam o compromisso com o desarmamento nuclear. Os testemunhos dos hibakusha são hoje mais urgentes do que nunca, num mundo ainda ameaçado por tensões geopolíticas e novos armamentos.
Como o tema de Hiroshima e Nagasaki pode ser cobrado no ENEM
1. Na prova de Ciências Humanas e suas Tecnologias
a) História e Geopolítica
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Segunda Guerra Mundial: contexto da rendição japonesa, uso da bomba atômica como estratégia militar, consequências geopolíticas.
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Guerra Fria: início da corrida armamentista nuclear entre EUA e URSS.
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Ordem mundial pós-1945: criação da ONU, tratados de paz, proliferação nuclear.
Exemplo de questão:
A decisão dos EUA de lançar bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki teve como justificativa oficial o encerramento rápido da guerra, mas também marcou:
A) a afirmação de sua supremacia bélica no início da Guerra Fria.
b) Sociologia
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Violência simbólica e estrutural: o uso de armas de destruição em massa contra populações civis.
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Memória coletiva e cultura da paz: como as sociedades constroem o passado e criam políticas de não-repetição.
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Desigualdade de poder entre as nações: quem pode decidir sobre guerra e paz? Quem sofre as consequências?
c) Filosofia e Ética
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Ética na ciência e na guerra: os limites morais da tecnologia e da pesquisa científica.
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Bioética e responsabilidade histórica: até onde vai o poder humano de destruição? É justificável sacrificar vidas civis por um “bem maior”?
2. Como tema de redação ou em textos motivadores
O tema pode aparecer diretamente ou ser base para discutir temas contemporâneos, como:
Temas possíveis de redação:
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"Os limites éticos do avanço científico e tecnológico"
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"Desafios para a promoção da cultura da paz no século XXI"
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"O perigo da banalização da guerra e da violência"
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"O papel da memória histórica na construção de um futuro sem guerras"
Um excerto de depoimento de um hibakusha, ou um trecho da carta de Einstein a Roosevelt alertando sobre os riscos da energia nuclear, pode servir de estímulo à reflexão crítica.
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